quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Video game pode ajudar na alfabetização de pessoas com dislexia

Estudo prova que jogos de ação podem contribuir com melhorias cognitivas aos pacientes

Um novo estudo desenvolvido pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, concluiu que jogos de videogame - especialmente os de ação - podem contribuir com melhorias cognitivas aos pacientes que apresentam sintomas de dislexia (desvio de atenção). O trabalho foi publicado hoje na revista científica "Current Biology".

Um grupo de participantes realizou testes nos quais eles eram obrigados a apertar um botão o mais rápido possível quando ouviam um som, viam um clarão, ou experimentaram as duas sensações ao mesmo tempo. A velocidade de ração de cada um foi registrada e analisada.

Os dados colhidos mostraram que as pessoas com dislexia eram particularmente lentas na mudança de sensação. Em outras palavras, eles mostraram "lenta mudanla de atenção", especialmente quando solicitados a alterarem a atenção de um flash de luz para um som.

Com os resultados em mãos, os pesquisadores propuseram uma abordagem única (não-verbal) para melhorar a leitura e a escrita desses pacientes por meio da utilização de video games de ação.

- Nossa proposta é estimular a mudança de atenção visual para auditiva por meio desses jogos, que permitem uma alteração constante do foco. Os games têm sido responsáveis por melhorar as habilidades multitarefa e também pode beneficiar a velocidade com que as pessoas com dislexia mudam o foco de um sentido para o outro. Isso precisa ser usado na alfabetização - concluiu a chefe da pesquisa Vanessa Harrar.

Fonte: Jornal da Ciência

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Maior parte do uso infantil de tecnologia não tem conteúdo educativo


As crianças atualmente passam muito mais tempo em frente à televisão, computador, celular e tablet do que as gerações anteriores. Muitas vezes esse hábito é incentivado pelos próprios pais, que veem um caráter educativo nesses aparelhos. No entanto, um estudo feito nos Estados Unidos mostra que é preciso cautela com o otimismo em torno dessas tecnologias.

A pesquisa mostrou que menos da metade do tempo (44%) em que crianças de 2 a 10 anos passam interagindo com esses aparelhos tem fins considerados pelos pais como educativos. Ou seja, das 2h07 diárias em que elas usam essas tecnologias, apenas 56 minutos envolvem conteúdos educativos. Na maioria das vezes, elas assistem a programas e usam aplicativos que pouco contribuem para o aprendizado, raciocínio e criatividade.


Além disso, conforme ficam mais velhas, essas crianças passam cada vez mais tempo em frente ao computador, celular, televisão e tablet, e se dedicam menos a conteúdos educativos. De acordo com o levantamento, crianças de 2 a 4 anos passam, em média, 1h37 em frente a esses aparelhos, sendo que 1h16 é dedicada a conteúdos educativos (78%). Já crianças de 8 a 10 anos passam mais de 2h30 por dia usando essas tecnologias, mas apenas 42 minutos para fins educativos (26%).

Apesar disso, mais da metade (57%) dos pais de crianças dessa faixa etária consideram que seus filhos aprendem “muito” sobre uma ou mais áreas do aprendizado, como leitura, vocabulário e matemática, com o uso dessas tecnologias.

O estudo, divulgado nesta sexta-feira, foi feito pelo Centro Joan Ganz Cooney, um instituto de pesquisa sem fins lucrativos sobre educação infantil. A pesquisa entrevistou 1 577 pais de crianças de 2 a 10 anos de idade.

Fonte: Veja Online

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Lei estabelece frequência escolar no ensino infantil


 

No ano, crianças poderão faltar a no máximo 40% do total das aulas

Pais de alunos do ensino infantil, de 4 a 5 anos, terão de estar atentos a frequência escolar de seus filhos. A mudança na lei nº 12.796, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em abril do ano passado e que passou a valer este ano prevê que cada criança tem de ter pelo menos 60% da presença mínima do total de horas. O ano letivo possui 800 horas anuais, distribuídas em no mínimo 200 dias de jornada integral. Dessa forma, as crianças poderão se ausentar da escola apenas 80 dias do ano. As escolas, particular ou municipal, deverão ter controle de frequência de cada aluno e enviar para a Secretaria de Educação

Um dos objetivos da lei é melhorar a participação das crianças no ensino infantil, período considerado de extrema importância para o desenvolvimento da criança. No Brasil, são pelo menos 5 milhões de crianças nessa faixa etária vão às escolas. Em Sorocaba, o número de crianças que frequentam a pré-escola na rede municipal é de 11.731, onde o registro da frequência é feito diariamente em caderneta. "Os supervisores de ensino acompanham a questão em todas as escolas em que são responsáveis, inclusive as particulares", informou a Prefeitura. Em situações extremas, os pais poderão pagar multa, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Porém, em Sorocaba não existe essa intenção para a educação pública.

A autônoma Rosana Barros, 27 anos, é mãe de um menino que tem quatro anos e frequenta o Centro de Educação Infantil Antonio Amabile (CEI-5), no bairro Barcelona. Para ela, a mudança da lei se tornou um estímulo para que os pais não permitam que seus filhos na escola. "Existem muitas crianças que faltam bastante, porque os pais não se importam com vida escolar de seus filhos. Isso faz com que muitas crianças que querem e precisam estudar fiquem sem vaga." Para ela, é nessa fase que a criança começa a se desenvolver. "Meu filho mais velho começou a aprender a ler e a escrever nessa fase."

Fonte: Cruzeiro do Sul

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A inclusão de crianças com deficiência na educação infantil

BASTOS, Andrei. A inclusão de crianças com deficiência na educação infantil. In: BASTOS, Andrei. O educador como propositor e executor da política de educação infantil. UNESCO, 2011.

Com o ano letivo para iniciar, Maria Clara achou que já era hora de começar a pensar nas atividades que desenvolveria com suas crianças. Mal havia sentado e foi atraída pela algazarra de um grupinho de meninos e meninas, na pracinha defronte de sua janela. “Que coincidência”, pensou, enquanto se lembrava da novidade desafiadora que a Esperava logo mais: pela primeira vez, teria em sua turma uma criança cega e outra com paralisia cerebral.

Do outro lado da rua, a criança com a venda nos olhos girava a cabeça para um lado e outro, seguindo os gritos dos companheiros, e tateava desordenadamente o espaço com os braços estabanados, tentando agarrar um deles. Foi o que bastou para que a professora se pusesse a imaginar como seria o dia a dia das pessoas que não enxergam. “Taí! Acho que será uma boa ideia promover uma troca de vivências entre as crianças, para que comecem a se integrar”.

Atenta à naturalidade do comportamento infantil diante das trapalhadas da “cabra-cega”, ela também concluiu que é muito mais fácil e efetivo incluir socialmente pessoas cegas, cadeirantes, surdas, usuárias de muletas, com síndrome de Down ou paralisia cerebral, na primeira infância. Isso porque, nessa fase da vida, ainda não se formaram os preconceitos, e não se construiu a discriminação.

Enquanto as crianças têm muita facilidade para aceitar o diferente, isso não acontece, mesmo hoje, com os adultos, seja na sociedade em geral, seja entre os educadores, visto que a maioria das pessoas tem uma herança cultural carregada de preconceitos. Buscando ser honesta consigo, MariaClara tinha consciência de que se incluía nesse grupo. E mais: para superar os seus preconceitos e conseguir enfrentar melhor o novo e duplo desafio de incluir as duas novas crianças em sua turma, ela precisaria esforçar-se para ficar mais bem informada e preparada.

*Busca de conhecimento*

Feliz com essa constatação, Maria Clara pôs-se a anotar ideias de jogos e brincadeiras que simulassem essas condições e pudessem promover a interação entre todas as crianças. Logo se deu conta de que a situação que julgara, de início, como um desafio também poderia ser um fator de enriquecimento da atividade pedagógica e das próprias existências dela e da garotada, é claro.

Quanto mais se quer ensinar, mais se precisa aprender, e Maria Clara decidiu conhecer a vida das pessoas com atributos comumente chamados de deficiências. Pessoas que vêm tornando-se mais visíveis na sociedade nos últimos tempos, graças às suas conquistas de emancipação social e política.

A professora ponderou: “Beethoven era surdo, Einstein tinha síndrome de Asperger, Stevie Wonder é cego, e o físico Stephen Hawking possui esclerose lateral amiotrófica. Os quatro eram, ou são, pessoas com deficiências e também verdadeiros gênios. Mas e as pessoas comuns, que não se distinguem por nenhuma genialidade? Como ficam? Foi refletindo sobre isso que ela chegou à conclusão de que uma maior Participação de pessoas com deficiências no processo social, e não apenas a de exceções brilhantes, como as que lembrara, é resultado de uma luta política iniciada há décadas, que já foi equiparada à luta por direitos do negro e da mulher.

A leitura do artigo do jornalista norte-americano deixou Maria Clara intrigada com a quantidade de nomes estrangeiros nessa história, e a professora foi atrás de informações sobre esse movimento político no Brasil. Qual não foi sua surpresa, ao descobrir que o patrimônio jurídico brasileiro relativo à inclusão social das pessoas com deficiência é considerado um dos melhores do mundo, em oposição à realidade que nos cerca.

A Emenda Constitucional nº 12, por exemplo, abriu um ciclo de avanços legais que evoluiu até a promulgação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: enquanto a primeira reconheceu, em 1978, a existência civil das pessoas com deficiência, a internalização da Convenção ofereceu a última palavra em torno das conquistas e dos entendimentos das questões pertinentes e encerrou seus trâmites legais em 25 de agosto de 2009, com o Decreto nº 6.949 da Presidência da República.

No que diz respeito às crianças com deficiência, a Convenção da ONU, em seu artigo 7º, diz:

1. Os Estados-parte tomarão todas as medidas necessárias para assegurar às crianças com deficiência o pleno exercício de todos os direitos humanos e as liberdades fundamentais, em igualdade de oportunidades com as demais crianças.

2. Em todas as ações relativas às crianças com deficiência, o superior interesse da criança receberá consideração primordial.

3. Os Estados-parte assegurarão que as crianças com deficiência tenham o direito de expressar livremente sua opinião sobre todos os assuntos que lhes disserem respeito, tenham a sua opinião devidamente valorizada de acordo com sua idade e maturidade, em igualdade de oportunidades com as demais crianças, e recebam atendimento adequado à sua deficiência e idade, para que possam exercer tal direito.

Após essa e outras leituras, Maria Clara convenceu-se de que a legislação é ampla e minuciosa. Mas isso não basta! Na realidade, falta muito a ser feito, desde a melhoria de acesso aos transportes públicos, aos prédios, às calçadas, às ruas e aos meios de comunicação até um maior investimento na formação dos educadores, para que sejam capazes de implementar uma verdadeira educação inclusiva.

Definitivamente, a teoria ainda está distante da realidade, e nossa professora começou a perceber, realmente, o tamanho e a importância da tarefa que teria pela frente. Isso porque ela decidiu que gostaria de fazer mais pelas pessoas com deficiência do que apenas dedicar-se correta e conscientemente às suas duas novas crianças. “Posso buscar contato e colaborar com as pessoas com deficiência que lutam para transformar a sociedade e serem nela reconhecidas”.

“Nada sobre nós sem nós”, dizem as pessoas com deficiência que lutam por seu reconhecimento social. Elas querem deixar claro que a vontade política que falta, que é fundamental para dar efetividade às leis, só existirá com a participação delas nas ações do Estado que lhes digam respeito.

*Navegando na internet*

Muito do que leu e conheceu até aqui, a professora encontrou na internet, o que é compreensível. Além de a rede mundial de computadores oferecer um grande leque de informações, os seus recursos tecnológicos servem muito bem à superação das restrições sensoriais, físicas ou intelectuais de pessoas cegas, surdas, tetraplégicas, paralisadas cerebrais ou com síndrome de Down, entre outras deficiências.

Foi na página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na internet, por exemplo, que ela ficou conhecendo os números relativos ao segmento e se espantou com o fato de que 14,5% da nossa população tem algum tipo de deficiência, o que, no Censo 2000, somava 25 milhões de brasileiros, aproximadamente. Ora, se considerarmos que, pelo menos, mais uma pessoa estaria diretamente ligada a cada um desses brasileiros, já seriam 50 milhões de envolvidos na questão, quando a população era de 170 milhões. Como em 2010 o país já superava os 190 milhões de habitantes, esse número já deve ser bem maior.

Além da página do IBGE, Maria Clara deu-se conta de que existem muitas outras. Elas trazem de reivindicações desse segmento a dados sobre a legislação e ações do governo e da sociedade civil voltadas a eles, além de notícias sobre os recursos tecnológicos e as orientações para capacitação dos profissionais que trabalham com essas pessoas.

“Mas onde estão as pessoas com deficiência, cadê essa gente toda?”, questionava-se a professora, enquanto pesquisava e se surpreendia. “Se os números são tão grandes, por que entraram apenas duas crianças com deficiência na escola? E por que vemos tão poucas pessoas com deficiência nas ruas das cidades e menos ainda nos bairros e nas regiões mais pobres?”

*Viajando pelo interior do país*

As respostas a essas perguntas são facilmente encontradas. O difícil, certamente, é aceitá-las. Acontece que a questão da deficiência é bastante relacionada à pobreza, e entre as populações menos favorecidas está o maior contingente de adultos e crianças com deficiência. Tanto é assim, que o texto da Convenção da ONU reflete esta realidade e procura influir para melhorar as condições de vida dessas parcelas da população mundial.

Nos centros urbanos desenvolvidos, são poucas as crianças e os adultos com deficiência que exercem o direito fundamental de ir e vir, por conta da falta de acessibilidade nos transportes, nos prédios e nas ruas. E essa reclusão é ainda maior nos rincões esquecidos do país. Se, mesmo nas cidades que possuem um número maior de pessoas instruídas e esclarecidas, o preconceito e a discriminação são barreiras gigantescas a serem superadas, como pensarão os habitantes de vilarejos com ruas de terra e sem escolas?

Nessas localidades, em especial, a maioria dos adultos e crianças com deficiência vive escondida e aprisionada em quartinhos dos fundos. Isso, quando não é deixada nas ruas ou esquecida em abrigos que são, na verdade, depósitos de gente. Abrigos que, normalmente, misturam deficiências com doenças e não têm condições mínimas de estimular o desenvolvimento deualquer criança com deficiência, por menor que seja seu comprometimento motor ou intelectual.

Para mudar esse quadro de abandono e equívocos, é preciso haver decisão e vontade de todos, especialmente dos educadores que se dedicam à educação inclusiva em diferentes instituições escolares. E a informação, reconhece nossa professora, é o primeiro passo para orientar e fortalecer o engajamento do conjunto da sociedade.

*Pessoas com deficiência*

Entre as muitas informações colhidas por Maria Clara, destaca-se a que diz respeito às mudanças na nomenclatura adotada pelo segmento que, obviamente, refletem entendimentos e conceituações que vamos acumulando ao longo do tempo. Foi assim que a antiga expressão “portadores de necessidades especiais” deu lugar à atual “pessoas com deficiência”. A importância de usarmos a palavra correta é clara. Afinal, da mesma forma que as leis refletem a conquista de direitos, as palavras transmitem percepções e discernimento.

A primeira expressão a cair em desuso foi “necessidades especiais”, pois entendeu-se que ninguém seria “especial” por ter uma deficiência que, na verdade, seria um atributo, como ser alto, baixo, magro ou gordo. Assim, quaisquer necessidades seriam específicas a cada deficiência. Além disso, como pode um ser humano “portar” uma necessidade? Essa expressão também deixou de ser usada, vigorando, atualmente, as expressões “pessoas com deficiência” e “crianças com deficiência”.

Aparentemente pouco importante, toda essa discussão tem grande valia no processo de conscientização da sociedade e na eliminação das barreiras de preconceito e discriminação.

No fundo, se considerarmos que cada ser humano tem um potencial próprio de realização, a deficiência deixa de existir, pois é um conceito relativo e discriminatório. O correto seria dizermos que a pessoa, adulto ou criança, é cega, surda, amputada, entre outros, tendo o direito de realizar plenamente seu potencial

Vamos chegar lá! Enquanto isso não acontece, Maria Clara conclui que precisa aprender mais para poder oferecer à criança cega e à criança com paralisia cerebral o mesmo que oferece às demais. Um primeiro passo é avançar no conhecimento das características de cada uma e saber que elas estão entre os agrupamentos de deficiências sensoriais (cegueira, surdez), físicas (cadeirantes e usuários de muletas) e intelectuais (síndrome de Down, paralisia cerebral). A partir daí, é possível identificar suas necessidades específicas e abrir caminho para a aplicação de todos os recursos pedagógicos disponíveis.

*Educação inclusiva*

Embora toda a educação deva ser inclusiva, existem muitas divergências em torno de como deve ser a aplicação da chamada educação inclusiva. Essa concepção educacional começou a ser aplicada, nos Estados Unidos (EUA), com a implementação de uma lei de 1975 e foi consolidada na Declaração de Salamanca, em 1994. No entanto, ainda hoje, nas primeiras décadas do século XXI, muita gente continua acreditando que somente nas instituições exclusivas as crianças com deficiência podem se desenvolver. Contudo, há também quem defenda a ideia de que as crianças devem ser colocadas todas juntas na mesma sala de aula de ensino regular. Enquanto alguns acreditam

que as crianças com deficiência precisam ter disponíveis apenas os acessórios específicos às suas necessidades, como material em braille ou mobiliário acessível a cadeirantes, sem a necessidade de nenhum outro atendimento didático extra, outros nesse grupo consideram necessário um suporte adicional, também específico a cada característica apresentada, para que ocorram, de fato, a inclusão e a igualdade de oportunidades.

Para esses últimos, se uma criança com paralisia cerebral, por exemplo, é lenta na escrita, devido a sequelas nos membros superiores, mas tem capacidade intelectual preservada, seja em que percentual for, ela deve frequentar as salas de aula de ensino regular. Além disso, precisa receber atendimento adicional por meio de fisioterapia, recursos tecnológicos ou outro fator de estímulo que a ajude a se desenvolver na escrita. O mesmo acontecendo com crianças cegas, surdas, com síndrome de Down etc., em todas as situações específicas a cada uma. Tal atendimento extra, defende ainda esse grupo, deve-se dar em salas devidamente equipadas e no contraturno.

Assim, uma mesma escola deveria oferecer a educação inclusiva – compreendida no sentido mais amplo da diversidade humana e da democracia – e a chamada educação especial, que sempre foi entendida como um sistema educacional separado do regular, exclusivo para crianças com deficiência.

Diante de opiniões e propostas tão diversas, Maria Clara recorreu novamente à internet, mais especificamente ao site do Ministério da Educação (MEC). Foi um mergulho e tanto, mas valeu a pena! Com base nessas pesquisas, ela chegou à conclusão de que todas as crianças devem receber atendimento equivalente e que lhes possibilite igualdade de oportunidades. Esse deve ser o único objetivo dos educadores democráticos e conscientes da diversidade humana, pois a educação exclusiva, em vez de possibilitar avanços, pode ter efeito contrário, criando guetos onde se pensava haver soluções.

“As pessoas com deficiência são parte integrante desse nosso mundo tão diverso. Assim, tanto faz uma criança ser branca, negra, japonesa, brasileira, gorda, magra, com deficiência ou não. Todas são iguais perante as leis do coração, da razão e, muito especialmente, perante as leis do direito à educação.”

Partindo dessa compreensão, nossa professora começa a pensar sobre quais políticas públicas ou ações de grupos organizados da sociedade civil poderão efetivamente despertar o conjunto da população: “Precisamos encontrar maneiras de sensibilizar mais e mais pessoas para a responsabilidade que temos na inclusão plena da diversidade humana, em especial das pessoas com deficiência, começando já na educação infantil”.

Lembrando-se, novamente, da brincadeira de cabra-cega, ela põe-se a imaginar campanhas de sensibilização que divulguem o potencial existencial e de realização das diferentes deficiências, que possam mobilizar a todos em torno do slogan: “ponha-se no meu lugar e veja como você também é capaz”.

Fonte: Unicamp

sábado, 1 de fevereiro de 2014

UNESCO aponta 4 estratégias para formar professores melhores

Segundo a UNESCO, professores mais bem formados são capazes de reverter a crise na educação. Confira quais são as estratégias propostas para mudar a formação dos profissionais


Atualmente, cerca de 250 milhões de crianças não sabem sequer o básico de matemática e literatura. É o que aponta a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por meio do 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado nesta quarta-feira (29).

De acordo com relatório, a crise na educação mundial foi gerada devido à desatenção dos governos quanto à qualidade da educação ministrada e a ausência de métodos de inclusão de estudantes de áreas periféricas.

Para a UNESCO, a solução está na melhoria na formação dos professores. A organização apontou 4 estratégias que poderiam ser adotadas para que os governos consigam formar melhores professores. São elas:

Oferecer um bom treinamento O treinamento dos professores deve ser feito de modo a formar profissionais com bons conhecimentos e capacitados para educar em diversas situações. Os professores devem estar aptos a morar em áreas remotas e a lidar com crianças de baixa renda, sabendo comunicar-se da melhor forma com diferentes perfis de alunos.

Treinar professores continuamente O treinamento não deve ocorrer apenas antes de eles assumirem seus cargos, mas também durante suas carreiras. Assim, eles serão capazes de colocar seus conhecimentos teóricos em prática e conseguirão adaptar seu modo de dar aula de acordo com a situação. Os professores devem estar preparados para ensinar mesmo se deparando com cenários e necessidades adversas.

Oferecer benefícios aos professores que forem ensinar em áreas remotas Áreas rurais e subúrbios costumam ter alunos de baixo rendimento. Uma das causas dessa situação é a ausência de profissionais qualificados nessas regiões. Por isso, é essencial que o governo ofereça planos de incentivo, tais como bônus salariais e moradia, para que professores se interessem em lecionar em áreas remotas.

Melhorar as condições de trabalho Baixa remuneração, más condições de trabalho e a ausência de um bom plano de carreira são fatores que têm feito com que a profissão do professor pareça cada vez menos atraente. Cabe ao governo de cada país criar programas e planos para que lecionar volte a ser algo interessante, caso contrário será cada vez mais difícil encontrar bons professores.

Fonte: Universia Brasil