quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A Inclusão da Criança Deficiente na Escola de Educação Infantil

Sandra H. Pio da Silva – Psicopedagoga Clínica e Coordenadora Pedagógica em Escola de Educação Infantil

Por inclusão podemos entender o processo que leva as crianças com deficiência a participar da vida escolar com aceitação e integração ao meio, sendo respeitadas suas diferenças e estimuladas suas capacidades. Para isto a escola e a família deverão se ajustar e juntas decidirem qual a melhor estratégia para cada caso. Todos os profissionais envolvidos deverão estar capacitados para receber a criança e possibilitar que o ingresso e a permanência na escola sejam momentos de real aprendizagem e desenvolvimento.

A inclusão causa uma mudança na perspectiva dos educadores e professores, pois possibilita reconhecer a criança com deficiência como um ser importante para o grupo e não como um sujeito incapaz de aprender, produzir e tornar-se independente dentro de suas possibilidades.

Os educadores devem avaliar as potencialidades específicas daquela criança e respeitar o ritmo próprio devendo considerar que todas são capazes e todas enfrentarão dificuldades dentro de suas peculiaridades, independente de ser portador de uma deficiência, síndrome ou qualquer dificuldade.

Quando a inclusão da criança é feita adequadamente pela família e escola, seus coleguinhas estarão preparados para conviver com a diferença.

Cabe ao educador, ao professor, oportunizar situações tratando a criança da maneira mais natural possível, respeitando e ensinando sem expor, nem exigir que ela cumpra atividades que não esteja ainda capacitada, mas sim estimulando que realize o que é capaz e a partir destas conquistas estimular sempre mais. Deve ser este, o trabalho do professor com todos na sala de aula, e essa atitude proporciona à criança inclusiva e a seus colegas uma normalidade no contexto escolar, todos aprendem que cada um tem seu ritmo. Nem todos são bons em tudo e nem todos não são, tão bons em tudo.

Toda criança tem o desejo e o direito de ter oportunidades iguais na escola para que possa viver com dignidade. Cabe ao adulto estar atento às necessidades da criança, fortalecendo seu desenvolvimento e atendendo suas dificuldades com o objetivo de oportunizar aprendizagem e autonomia.

Não é possível simplesmente receber uma criança com deficiência e exigir que ela acompanhe o ritmo de seus colegas na sala de aula, sem um preparo adequado de todos na escola: professores, técnicos, funcionários e colegas.

Dois critérios devem ser respeitados:

- As crianças com deficiência devem participar das atividades do grupo tendo respeitadas suas limitações;

- A escola deve se adaptar e tornar-se acessível em termos de estrutura física e também de formação e atualização do corpo docente e funcionários em geral.

Nem todas as escolas estão preparadas para a Inclusão; receber a criança e não oferecer o tratamento necessário, não colabora para o desenvolvimento, nem torna esta escola inclusiva. Todos deverão se preparar, instruir, conhecer as necessidades, respeitar e oportunizar situações que integrem a criança no contexto escolar.

Muitas barreiras as crianças com deficiência terão de enfrentar na vida como todos nós. O primeiro contato com o mundo, fora do âmbito familiar, provavelmente será a escola, portanto precisamos preparar e capacitar os profissionais da Educação Infantil para que esse ingresso seja o mais prazeroso possível e que a criança aprenda a reconhecer suas potencialidades apesar das limitações e busque sempre mais, para tornar-se um ser com autonomia e ter uma melhor qualidade de vida ao ingressar no Ensino Regular com boa autoestima, adaptada ao meio e feliz. 

Sandra H. Pio da Silva – Psicopedagoga Clínica e Coordenadora Pedagógica em Escola de Educação Infantil

iPad facilita aprendizado de Ciências, diz estudo


Pesquisadores analisaram os ganhos na aprendizagem de 152 estudantes do ensino médio

No momento em que educadores veem questionando cada vez mais se os tablets devem desempenhar um papel mais importante na educação, uma pesquisa recente traz resultados positivos sobre o uso desses equipamentos a favor da aprendizagem. Desenvolvido por pesquisadores norte-americanos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, o estudo mostra que o uso de iPads e outros tipos de tablets favorecem o aprendizado de ciências de estudantes do ensino médio. Isso porque, segundo os autores da pesquisa, os tablets representam plataformas "perfeitas" para fazer simulações em 3D. Dessa forma, compreender assuntos como a lógica de funcionamento da escala do sistema solar se torna algo mais fácil de ser apropriado pelo aluno que utiliza essa ferramenta.

A própria habilidade dos estudantes na manipulação dos tablets é outro ponto que favorece ainda mais a imersão do aluno no assunto que é apresentado em formato de animação. "Esses dispositivos oferecem aos estudantes oportunidades de fazerem coisas que seriam impossíveis de serem feitas se o assunto fosse repassado em ambientes como a sala de aula tradicional", afirma o líder da pesquisa, Matthew Schneps do Harvard College Observatory, instituição que junto com The Smithsonian Astrophysical Observatory formam o centro de astrofísica, local de desenvolvimento da pesquisa.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram os ganhos na aprendizagem de 152 estudantes do ensino médio que usaram iPads para explorar o espaço simulado em 3D. Os dados obtidos foram comparados com os de 1.184 alunos que utilizaram abordagens mais tradicionais, com a explicação sobre o mesmo assunto sendo realizada em sala de aula. Muitas das questões que foram feitas entre esses dois grupos se referiam a percepção e a maneira como cada um dos estudantes compreendia a dimensão e escala espaciais. "O que é talvez o mais notável é que vimos ganhos de aprendizagem significativas entre os alunos que utilizaram as simulações, em situações em que pouco ou nenhum ganho foi observado nas salas de aula tradicionais", afirmou Mary Dussault , outro membro da equipe de pesquisa.

Ciente que as escolas e universidades ainda dão os primeiros passos na adoção de práticas pedagógicas capazes de usar as funcionalidades inovadoras dos tablets, o estudo é produzido na ocasião em que escolas públicas dos EUA veem adotando cada vez mais essa ferramenta em seus currículos. O próprio grupo é composto por estudantes de escolas com a de Bedford High School, em Massachusetts, que tomou a decisão de equipar todos os alunos com dispositivos da Apple. "Desde que comecei a usar iPads na nossa escola temos visto ganhos substanciais na aprendizagem , especialmente em disciplinas como matemática e ciências", afirma Henry Turner, diretor da escola.

Assim, para a universidade, a pesquisa acaba por oferecer, uma evidência experimental favorável sobre o uso dessas novas tecnologias na educação. "O aprendizado tipo 'mão-na-massa' com o auxílio de simulações de computador de alta precisão levam a uma melhor compreensão do assunto analisado", afirma o coautor do estudo Philip Sadler.

No entanto, mesmo com esses resultados positivos, por outro lado, educadores alertam que a tecnologia sozinha não é a resposta para um bom aprendizado. Eles chegam a lembrar que dispositivos como os tablets precisam estar integrados a um planejamento pedagógico cuidadoso para que o seu uso seja cada vez mais otimizado de forma a trazer benefícios para os alunos.

Fonte: Portal Porvir com informações da Harvard Gazette

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O futuro da educação brasileira

Por: Isaac Roitman*

Avaliações nacionais e internacionais denunciam uma crise de qualidade na educação brasileira. A educação deve preparar os jovens para o mundo do trabalho e da convivência social com ética e solidariedade. No Brasil, todos os governos proclamam que a educação é uma meta prioritária. Ela é utilizada na plataforma eleitoral de todos os partidos. As promessas não são cumpridas pelos que assumem o poder.

Em 1932, foi lançado por 26 intelectuais o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. O documento contém um diagnóstico preciso e propõe ações necessárias para uma revolução educacional. Nada aconteceu. Em 1959, uma nova versão do Manifesto foi subscrita por 161 intelectuais. Nada aconteceu.

O primeiro Plano Nacional de Educação (PNE) foi pensado em 1962. Após 26 anos (1988), ele foi aprovado pelo Congresso. Essa lentidão lembra a velocidade das tartarugas. O primeiro PNE foi implantado em 2001. Continha um conjunto de metas e estratégias para um período de dez anos. A maioria das metas não foi cumprida.

O segundo PNE (2011-2020) ainda está em tramitação no Congresso, o que lembra novamente a imagem das tartarugas. Esse novo plano corre o risco de, como o primeiro, ser uma bela lista de intenções. Para evitar essa nova tragédia, é fundamental que toda sociedade se mobilize para serem implantadas ações prioritárias para a conquista da qualidade na educação brasileira.

Uma delas se refere à formação de um “novo Professor” para o ensino básico. Ele deverá ter uma formação inicial e continuada e ser capaz de utilizar as modernas técnicas de informação e comunicação. Sua missão deverá ser a de um facilitador da liberdade de aprendizagem para construir um verdadeiro cidadão. O Professor deve ter uma carreira baseada no mérito, ter condições de trabalho adequadas e ter remuneração compatível com a missão social que exerce.

Em um horizonte de 15 anos, o seu salário deverá estar na faixa superior do servidor público. Um caminho virtuoso seria a federalização do ensino básico que permitiria a criação de uma carreira nacional de professores. Os conteúdos inúteis em todos os níveis de ensino devem ser substituídos por exercícios que estimulem o pensar, a criatividade, a crítica argumentada e a resolução dos problemas. A arquitetura escolar deverá ser lúdica e prazerosa, especialmente na primeira infância e na educação infantil. As condições de trabalho deverão ter atualização permanente, tanto no ensino presencial como a distância. Uma gestão profissional e eficiente e a integração com a família são também elementos fundamentais para o sucesso da educação.

Ou iniciamos agora uma verdadeira revolução na educação, ou estaremos a lamentar nas próximas décadas ter perdido mais uma oportunidade de sermos protagonistas da transformação social que nosso povo merece. Elevar a nossa educação a altos padrões de qualidade não é só um requisito para a modernização do país e a melhoria das condições de vida dos brasileiros. É um requisito também para a inclusão demandada por uma sociedade desigual. O ensino de qualidade, especialmente no nível fundamental, que é o nível que mais afeta a cidadania, deve ser visto como um compromisso de todos.

Temos que decidir agora qual país legaremos aos nossos descendentes. Se nada fizermos, seremos, no futuro, uma sociedade com graves injustiças sociais, com índices assustadores de violência, com total desrespeito ao próximo e outras mazelas amplificadas que temos no presente. Certamente, seremos um país colonizado e explorado. O futuro da educação está em nossas mãos.

*É professor emérito da Universidade de Brasília, coordenador do Núcleo de Estudos do Futuro e presidente do Comitê Editorial da Revista Darcy/UnB.

Fonte: UnB

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Maior parte do uso infantil de tecnologia não tem conteúdo educativo

Estudo mostra que mais de metade do tempo em que crianças passam em frente à televisão, computador e celular contribui pouco para o aprendizado


As crianças atualmente passam muito mais tempo em frente à televisão, computador, celular e tablet do que as gerações anteriores. Muitas vezes esse hábito é incentivado pelos próprios pais, que veem um caráter educativo nesses aparelhos. No entanto, um estudo feito nos Estados Unidos mostra que é preciso cautela com o otimismo em torno dessas tecnologias.

A pesquisa mostrou que menos da metade do tempo (44%) em que crianças de 2 a 10 anos passam interagindo com esses aparelhos tem fins considerados pelos pais como educativos. Ou seja, das 2h07 diárias em que elas usam essas tecnologias, apenas 56 minutos envolvem conteúdos educativos. Na maioria das vezes, elas assistem a programas e usam aplicativos que pouco contribuem para o aprendizado, raciocínio e criatividade.

Além disso, conforme ficam mais velhas, essas crianças passam cada vez mais tempo em frente ao computador, celular, televisão e tablet, e se dedicam menos a conteúdos educativos. De acordo com o levantamento, crianças de 2 a 4 anos passam, em média, 1h37 em frente a esses aparelhos, sendo que 1h16 é dedicada a conteúdos educativos (78%). Já crianças de 8 a 10 anos passam mais de 2h30 por dia usando essas tecnologias, mas apenas 42 minutos para fins educativos (26%).

Apesar disso, mais da metade (57%) dos pais de crianças dessa faixa etária consideram que seus filhos aprendem “muito” sobre uma ou mais áreas do aprendizado, como leitura, vocabulário e matemática, com o uso dessas tecnologias.

O estudo, divulgado nesta sexta-feira, foi feito pelo Centro Joan Ganz Cooney, um instituto de pesquisa sem fins lucrativos sobre educação infantil. A pesquisa entrevistou 1 577 pais de crianças de 2 a 10 anos de idade.

Fonte: Veja

domingo, 26 de janeiro de 2014

Colégio atua com base conceitual da educação europeia

Uma escola brasileira com visão de mundo. Assim é o Colégio Marie Jost, fundado em 2005 em Natal pelo empresário Werner Jost. A proposta da instituição que tem como base conceitos da educação europeia, é levar ao desenvolvimento integral do aluno, tanto psicossocial quanto cognitivo e motor, priorizando o ensino bilíngüe desde a educação infantil e o tempo integral.

Pesquisas científicas norte-americanas indicam que o bilinguismo estimula a flexibilidade do pensamento e desenvolve nas crianças uma capacidade maior de prolongar a aprendizagem linguística.

No colégio, as crianças aprendem o inglês e o português já a partir dos quatro anos de idade e seguem com aulas das duas línguas até o ensino médio.

O processo começou em 2010, quando o Colégio Marie Jost deu início à educação infantil bilíngue para crianças de 4 e 5 anos de idade, oferecendo aulas ministradas em Português e em Inglês. Logo em seguida, iniciou um programa de imersão em Inglês para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Para isso, além das aulas de Inglês, diversas disciplinas (das áreas de Matemática, Ciências e Música) passaram a ser trabalhadas, também, no mesmo idioma.

Já o ensino de Inglês do 6º ano até o ensino médio é diferenciado. São cinco aulas semanais, sendo estas divididas em níveis. Os alunos são preparados para os exames da Universidade de Cambridge (Inglaterra), que representam um parâmetro de conhecimento em nível mundial.

O tempo integral é outro diferencial da escola. No Marie Jost os alunos iniciam as aulas às 7h30 e permanecem envolvidos com atividades escolares até às 16h. O almoço é oferecido pela instituição e realizado em um refeitório coletivo. Aulas regulares, tanto das áreas expressivas, como Artes (teatro, música e dança), quanto das áreas de conhecimento, como Português e Matemática, Inglês e Francês, preenchem todo o período.

Durante esse tempo que o aluno permanece na escola, permite que ele organize seu tempo e dedique parte dele à reflexão, ao estudo, à pesquisa, às aulas práticas, e que não fique limitado apenas nos conteúdos trabalhados em sala de aula.

O início do ano letivo acontece na próxima segunda-feira (27), mas o Marie Jost ainda recebe alunos que queiram se matricular na instituição. Para aqueles que ainda não estudam no colégio, após a realização da matrícula, o estudante passa por um teste de seleção simples, que inclui provas de português, matemática e inglês.

O ambiente escolar é composto de no máximo 26 alunos por turma, o que, segundo a filosofia da escola, permite uma absorção melhor do conteúdo repassado em sala de aula. São 36 professores, além dos tutores, que fazem o acompanhamento da relação aluno-pai-escola de perto. Encontros periódicos são realizados entre família e comunidade escolar para que os pais possam acompanhar o mais próximo possível a educação de seus filhos.

Fonte: Trinuna do Norte

MEC reajusta apoio financeiro por aluno da educação infantil

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quinta-feira os valores que serão repassados em 2014 para manutenção de unidades públicas de educação infantil que ficaram fora do censo escolar. Por conta disso, essas unidades ainda não podem, legalmente, receber os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Os valores estão definidos na portaria publicada no Diário Oficial da União. O valor anual a ser repassado a municípios e ao Distrito Federal passa a ser de R$ 2.629,27 por aluno de creche pública em período integral; R$ 1.618,01 por aluno de creche pública em período parcial; R$ 2.629,27 por aluno de pré-escola pública em período integral e R$ 2.022,51 por aluno de pré-escola pública em período parcial.

Antes de abril de 2013, até que fossem incluídas no censo, as escolas tinham de usar recursos próprios para manutenção de novas turmas. A iniciativa é consequência do lançamento do Programa Brasil Carinhoso, que integra o Plano Brasil sem Miséria, com meta de beneficiar 2 milhões de famílias com crianças até 6 anos.

Segundo o MEC, com o repasse, os municípios e o Distrito Federal terão condições de iniciar as atividades com recursos recebidos diretamente do governo federal para pagar salários e atender a outras despesas, até que passem a ser contemplados pelo Fundeb.

Fonte: Terra