sexta-feira, 20 de outubro de 2017

AUTOMUTILAÇÃO - Cutting


Cutting: Automutilação - Um transtorno mental manifestado em pequenos cortes pelo corpo - é diferente de tentativa de suicídio, mas a automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de tristeza.

A Associação de Saúde Mental do Canadá descreve o problema da seguinte forma: “Usualmente eles não estão tentando acabar com todos os sentimentos; estão tentando se sentir melhor. Sentem dor externa, não interna”.

Um distúrbio difícil de tratar, e especialistas afirmam que vem aumentando entre os adolescentes e adultos jovens.

Há algumas razões que os jovens dão para machucarem repetidamente seus próprios corpos:
“Eu me sinto aliviado e menos ansioso após me cortar. A dor emocional vagarosamente se esvai em dor física”.
“Isso expressa a dor emocional e os sentimentos que eu não consigo pôr em palavras”.
“Eu normalmente sinto como se tivesse um buraco negro no fundo do meu estômago. Pelo menos, se eu sinto dor é melhor do que não sentir nada”.

Pais, professores e amigos devem estar atentos a estes sinais de comportamento e observar a frequência, observar se o jovem se esconde usando roupas que cubram as lesões para tão logo iniciar o tratamento com um profissional especializado.

Pesquisas entre estudantes jovens sugerem que 17% deles já se automutilaram e especialistas estimam que a automutilação abrange praticamente 15% da população geral de adolescentes. Os especialistas dizem que a automutilação é frequentemente uma resposta emocional e não uma tentativa de suicídio. Contudo o suicídio entre os automutiladores é uma preocupação.

Janis Whitlock, um psicólogo que entrevistou aproximadamente 40 pessoas com histórias de automutilação e que está participando de um estudo em oito centros relacionados, diz:
“Há um aumento crescente de adolescentes na Internet discutindo sobre como se cortar e como formar clubes sobre essa temática na escola”. Automutilações comuns incluem cortar a pele, arranhar, queimar, arrancar ou puxar a pele ou cabelo, beliscar, bater, engolir doses sub-letais de substâncias tóxicas, bater a cabeça, enfiar agulhas ou quebrar os ossos. Os alvos usuais são os braços, pernas e dorso, áreas de fácil contato e também fáceis de serem escondidas sob a roupa.

Dr. Whitlock, diretor do “Programa Cornell de Pesquisa sobre o Comportamento de Automutilação em Adolescentes e Jovens Adultos”, diz em entrevista que a automutilação parece ter função de autorregulação dos sentimentos, além de ajudar a pessoa a enfrentar as emoções negativas que não se dissipariam de outra forma.”

A automutilação pode ser manipulativa, um esforço para que os outros cuidem da pessoa. Frequentemente, ela ocorre escondida. Automutiladores tentam esconder os ferimentos sob longas calças e longos casacos, mesmo em dias quentes. Frequentemente se manifesta quando ocorrem mudanças emocionais intensas na pré adolescência, podendo persistir até a idade adulta. 

Estudos indicam que o comportamento é praticado em igual proporção por homens e mulheres. Nenhum grupo racial ou socioeconômico é mais vulnerável, diz o Dr. Whitlock.    

 Entrevistas com automutiladores mostram que alguns fatores podem instalar e perpetuar o comportamento. Uma história de abuso sexual na infância, especialmente o abuso emocional, foi reportado por metade dos automutiladores ou mais. Alguns procuram alívio para a dor emocional. Outros infligem dor para punir a si mesmos pelo que percebem ter sido seu papel em permitir o abuso.

Baixa autoestima é comum entre os automutiladores. Negligência na infância, isolamento social e condições instáveis de vida são citadas como fatores de risco. Em aproximadamente 25% dos automutiladores há uma história de transtorno alimentar, assim como abuso de álcool e sexo de risco.

As famílias dos automutiladores comumente suprimem as emoções negativas. As crianças crescem sem saber como expressar e lidar com sentimentos como o ódio ou a tristeza, direcionando a dor emocional para si.

Embora 60% dos automutiladores nunca tenha tido pensamentos suicidas, esse comportamento pode ser o gatilho para o comportamento suicida. A automutilação pode também acidentalmente resultar em suicídio.

“Aqueles que se automutilam deveriam ser avaliados como suicidas em potencial”, disse o Dr. Whitlock. Há alguma evidência de que a automutilação é mais comum entre aqueles com famílias com histórico de suicídio. Alguns automutiladores sofrem também de problemas emocionais como a depressão, o estresse pós-traumático ou o transtorno obsessivo-compulsivo.  

A automutilação pode ser instalada por certos eventos como a rejeição por alguém importante, a sensação de estar errado ou ser culpado por algo de que a pessoa não tenha controle.
O papel da escola: A escola precisa reagir ao observar qualquer processo de sofrimento com crianças e adolescentes, diz a integrante do Núcleo Vida e Cuidado, Pedagoga do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Maria Borges de Souza. O professor que está em contato direto com os alunos tem que olhar com atenção para qualquer forma de sofrimento - observar o corpo, porque, muitas vezes, é ele que expressa o sofrimento. A escola deve acolher afetivamente esse aluno, demonstrar que está disponível para escuta e que pode compreender seus problemas. Segundo a professora, a conversa deve ser primeiro com o aluno, mostrando que a palavra da criança tem valor na escola. Essa conversa também deve servir para verificar se existe algum conflito familiar, e só depois a escola deve chamar a família para discutir o problema. “Se o motivo está em um problema em casa, chamar os pais primeiro pode ser ainda mais prejudicial para a criança”, diz.
Tratamento: O mais importante é reconhecê-la como um transtorno mental que precisa de atenção e cuidado, por meio de avaliação psiquiátrica. Em casa, o apoio da família é essencial. Quanto mais cedo o transtorno for tratado, maiores são as chances de a prática não se repetir. Transtornos mentais como o cutting não podem ser tratados apenas com medicamentos, o tratamento deve ser metade medicação e metade psicoterapia (acompanhamento psicológico). Como é muito comum ter outros problemas psiquiátricos associados, eles devem ser tratados ao mesmo tempo, mas sempre com o cuidado de utilizar remédios que não atrapalhem a vida escolar do adolescente. Ainda que não existam medicamentos que tratem a automutilação, drogas que tratam os problemas emocionais colaterais como a depressão e a ansiedade podem ajudar. Os automutiladores podem aprender outras formas de aliviar o estresse, como a meditação ou yoga, o engajamento em atividades físicas ou ainda o entretenimento com um grupo de amigos.







segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A Inclusão e o Autismo





O mais importante na inclusão da criança autista em sala de aula é descobrir um meio que facilite a comunicação.

Cada criança tem suas peculiaridades e o diálogo com a equipe de especialistas que a acompanham é fundamental para se estabelecer um Plano Individual de Ensino que oportunize um tipo de comunicação que atenda a necessidade da criança e propicie a aprendizagem.

É indicada a presença de um mediador em sala de aula. No caso do autismo sabe-se a importância da capacitação dos professores e adaptações no currículo, caso contrário a criança não irá se beneficiar de longos períodos em sala de aula onde os conteúdos apresentados não oportunizam aprendizagem efetiva.

Sandra H. Pio – Psicopedagoga – Reg.MEC 7526
sandra@sulmail.com
Porto Alegre