quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Conversando sobre Inclusão Escolar

Pergunta 1 - Como o professor deve estabelecer a relação em sala de aula com criança com TEA?

Sandra - O professor deve procurar tratar a criança da mesma maneira que trata as demais. Caso contrário a Inclusão estará prejudicada. A principal condição para uma boa relação professor – aluno é a aceitação. Numa sala de aula nenhuma criança é igual à outra ou aprende do mesmo jeito, cada um tem suas habilidades e dificuldades. Claro que em alguns casos o professor vai precisar de um olhar mais atento, técnico para atender a necessidade daquele aluno. Algumas situações como; ajudar na organização dos materiais, na data, nos temas, na realização de alguma tarefa, são meios do professor se relacionar individualmente que propiciam um vínculo de confiança necessário para a aprendizagem. O ideal é que com o passar do ano letivo o aluno posso integrar-se no ritmo da turma. Sabe-se que com alunos TEA, dependendo do caso, a necessidade de um mediador é fundamental.


Pergunta 2 - E com outras crianças que também apresentem alterações neurológicas?

Sandra - Penso que a relação professor – aluno deve acontecer baseada no afeto, na aceitação do “diferente”, no compromisso de atender as necessidades da criança dentro de suas possibilidades, seja qual for a dificuldade, síndrome ou deficiência. O professor tem que planejar a partir da realidade da turma e muitas vezes, no caso da Inclusão, atendendo individualmente a criança através de um Plano Individualizado que contemple suas habilidades.


Pergunta 3 - Como os pais dessas crianças devem se relacionar com os professores dos seus filhos?

Sandra - Esta pergunta é bastante difícil nos dias de hoje. Esta relação tem que ser bem construída, com ética, conhecimento e respeito. O ideal é que seja uma troca diária de confiança e responsabilidades da forma mais verdadeira possível.


Pergunta 4 - Como esses pais devem participar das atividades escolares?

Sandra - Os pais devem participar como todos os outros, nos momentos que a escola solicita sua participação ou presença. Acredito na Inclusão quando a escola coloca o aluno deficiente no mesmo patamar dos demais. Se os pais exigirem além do que a escola oferece para todos, deixa de ser Inclusão. Vejo muita escola excluindo em vez de incluir. Os pais no momento que contratam o serviço devem procurar conhecer e ler o Projeto Político Pedagógico, certificar-se se é uma escola que acredita e investe na Inclusão, se os professores têm formação necessária. Após este contato, com matrícula realizada devem atender e respeitar as regras com confiança. Lógico que observando as adaptações necessárias para a necessidade da criança; laudo médico em caso de necessidade de Plano Individual de Ensino e outros de acordo com o caso. Inclusão só acontece quando família e escola trabalham juntas com respeito e conhecimento para não prejudicar por falta ou excesso de cuidados.


Pergunta 5 - Como o professor conduz a mediação de conflitos entre alunos quando um deles é especial?

Sandra - É fundamental que os professores tenham conhecimento da deficiência do aluno, dos sintomas, das características e de métodos de manejo. Desde a Educação Infantil é extremamente importante trabalhar com os demais sobre as diferenças. Eu particularmente gosto muito de orientar professores e famílias usando uma frase “Ninguém é Igual a Ninguém” – faz bem para todos, deficientes ou não. No caso de um conflito, o professor deve mediar ouvindo os dois lados, não é porque o colega é deficiente que ele tem direito de desrespeitar o outro. O deficiente merece ser educado para ter boas maneiras, na escola e lá fora. Por vezes, o professor vai ter que falar individualmente com a criança típica e solicitar compreensão, respeito à dificuldade do colega e ensinar que ele demora mais para compreender por causa da deficiência. É importante o professor falar claramente, tratar com a verdade para que os colegas aprendam a respeitar e conhecer a dificuldade do outro. Mediar sempre, ouvindo os dois lados e de forma imparcial decidir com justiça.


Pergunta 6 - Como o professor lida com a indisciplina escolar de um aluno especial?

Sandra - O professor não pode permitir indisciplina na sala de aula tendo alunos de Inclusão ou não. A criança deficiente precisa de regras e limites como todos os outros. Por vezes o professor tem que ser mais repetitivo porque a criança por ter uma deficiência pode demorar mais a aprender. Em conversa com a família, com os especialistas, é indicado planejar meios de prevenção, no caso de acontecer, mostrar que não é aceito e retomar sempre que necessário. Temos que considerar que a criança vai crescer e vai precisar se inserir na sociedade. A escola é a instituição responsável junto com a família em prepará-la para a vida, de forma saudável, respeitando as regras, integrada e interagindo com os demais para se tornar um adulto feliz, com autonomia, dentro de suas condições.

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